O que é Inventário de Depressão de Beck?

08/05/2021 às 17:47 Dicas

O que é Inventário de Depressão de Beck?

A depressão é o transtorno mental mais frequente em todo o mundo. Interfere no cotidiano, na capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e na qualidade de vida do indivíduo. Sua causa é uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Mas como os psicólogos fazem para detectar a presença da depressão em uma pessoa? Veja abaixo!

Depressão

O transtorno mais comum do mundo é a depressão. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que 300 milhões de pessoas sofram de depressão e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 4% da população mundial e 6% da população brasileira têm depressão. Dentre os cidadãos brasileiros, 8% das pessoas experienciam a depressão durante um ano, enquanto 17% vive com esse transtorno ao longo da vida.

Podendo acarretar grande sofrimento e disfunção nos atividades diárias como trabalho, escola ou convivência familiar, a depressão e o estresse crônico também pode levar ao suicídio. Segundo a OPAS, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, principalmente jovens entre 15 a 29 anos. É um transtorno que afeta mais mulheres do que homens e pode ser tratado com medicamentos e intervenções psicológicas específicas, em conjunto com terapias complementares como a hipnoterapia e as terapias holísticas.

Embora existam tratamentos disponíveis, menos de 10% das pessoas com diagnóstico recebem tratamento, seja por falta de recursos, profissionais treinados para reconhecer a presença da depressão ou pelo estigma social associado com transtornos mentais.

A depressão está presente em todos os países do mundo, em diferentes níveis de renda e em todas as idades.

Diagnóstico

Um meio que os profissionais da saúde podem utilizar para diagnosticar a presença da depressão e a gravidade dos sintomas, os instrumentos de avaliação como escalas, inventários e questionários têm tido um papel de destaque no meio clínico e na pesquisa, por conseguirem avaliar aspectos importantes dos sentimentos subjetivos e da autopercepção do paciente, facilitando a verificação de questões difíceis de serem identificadas na entrevista e avaliação clínica e no auto-relato dos pacientes.

No caso do diagnóstico da depressão, os profissionais buscam avaliar se há redução do prazer, humor deprimido, falta de disposição e energia, perturbações no sono e no apetite, dentre outros sintomas, em diversas esferas da vida, através da entrevista clínica, do relato do paciente e de escalas como a Escala ou Inventário de Depressão de Beck (BDI).

Inventário de Depressão de Beck

As escalas de depressão de Beck tem por objetivo avaliar a presença e gravidade dos sintomas depressivos, e são consideradas uma das ferramentas mais importantes no diagnóstico e na evolução dos sintomas do paciente mundialmente, o que permite uma comunicação entre os profissionais que a utilizam para avaliação. É uma escala utilizada em pelo menos 7.000 estudos de pesquisa.

O BDI trata-se de uma escala de auto-relato, para levantamento da intensidade dos sintomas depressivos, composta por 21 itens e é um instrumento utilizado tanto para mensuração da depressão em pacientes psiquiátricos como na população em geral.

A primeira versão do Inventário de Depressão de Beck (BDI) foi desenvolvida por Beck, Ward, Mendelson, Moch e Erbaugh em 1961, tendo sido adaptada à população brasileira por Cunha em 2001. Sua referência é o consenso clínico sobre os sintomas diagnósticos da depressão definidos pelo DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).

Composição

O questionário de múltipla escolha atualmente é utilizado para pacientes acima de 13 anos e é composto por diversos itens que buscam identificar sintomas depressivos como desesperança, irritabilidade, culpa ou sentimentos de estar sendo punido, fadiga, perda de peso e diminuição da libido. Existem três versões da escala e na versão original, os resultados podem indicar:

0-9: depressão mínima

10-18: depressão leve

19-29: depressão moderada

30-63: depressão severa.

Ou seja, quanto maior for a pontuação geral do indivíduo, maior a severidade dos sintomas depressivos.

Benefícios do Inventário Beck de Depressão

Dentre os benefícios de utilizar uma escala validada cientificamente para verificar a severidade dos sintomas da depressão é correlacionar o quadro clínico percebido na entrevista inicial ou anamnese e o relato do paciente a respeito de seu transtorno com dados objetivos, números e estatísticas que podem dar um direcionamento no tratamento adequado a cada caso.

Outro benefício é poder conversar com a comunidade científica, acadêmica e outros profissionais que também estejam utilizando a escala como referencial. Dessa forma, é possível relatar os casos atendidos em benefício da troca de experiências clínicas, de forma que possa fazer parte da formação e prática de outros profissionais.

De acordo com o resultado da escala, o profissional pode, por exemplo, criar um contrato terapêutico com o paciente, no qual este concorda em seguir algumas direções no tratamento. Exemplo disso é o acordo para que o paciente não tome nenhuma decisão sem antes conversar com seu terapeuta a respeito, o que pode prevenir o suicídio.

Desafio mundial

A depressão é um grande desafio em nosso século e precisa ser tratada em conjunto, dado o enorme número de pessoas que vivenciam esse transtorno. Para isso, o profissional deve conhecer quais instrumentos estão sendo utilizados para identificar esse quadro, além da observação clínica.

Terapias complementares e hipnoterapia

Nas terapias complementares e na hipnoterapia, por exemplo, o profissional hipnólogo geralmente não utiliza métodos de avaliação objetivas, já que seu foco é acessar a mente inconsciente e subconsciente, e não a mente consciente que, teoricamente, responderia ao questionário. No entanto, pode ser interessante o profissional ter uma outra forma de acessar o auto-relato do paciente, como ele percebe a sua doença e a sua vivência desta, que podem indicar outras áreas da vida que estão sendo afetadas pela depressão.

E você, gostaria de conhecer mais sobre os instrumentos utilizados para ajudá-lo a identificar transtornos mentais como a depressão? Procure um terapeuta!

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Referências:

GANDINI, R.C. et al. Inventário de Depressão de Beck - BDI: validação fatorial para mulheres com câncer. Psico-USF. 2007;12(1).

OLIVEIRA, G.N.M. Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton. Comunicação Breve. 2011.

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Depressão. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/depressao

PARANHOS, M.E. Propriedades psicométricas do Inventário de Depressão de Beck-II em adolescentes. Aval. psicol. 2010;9(3).

RICHTER, P. et al. On the validity of the Beck Depression Inventory. Psychopathology. 1998;31.

SILVA, M.A. Inventário de depressão de beck II: análises pela teoria do traço latente. Aval. psicol. 2018;17(3).

WANG, Y.P. & GORENSTEIN, C. Psychometric properties of Beck Depression Inventory-II: a comprehensive review. Rev. Bras. Psiquiatr. 2013;35.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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