O complexo de Electra: entenda esse conceito da psicanálise

13/10/2021 às 20:27 Dicas

O complexo de Electra: entenda esse conceito da psicanálise

Uma das formas de entender o psiquismo humano é através do uso de mitos. Você conhece o mito de Electra e o estudo a respeito dele na psicanálise? Vem dar uma olhada!

O primeiro contato

Desde o início de sua vida, a mãe ocupa permanentemente um lugar central na vida da mulher. A primeira relação amorosa das meninas não é heterossexual mas, sim, homossexual, uma vez que seu primeiro objeto libidinal pertence ao sexo feminino e é principalmente com este sexo que a menina irá se identificar. Estes fatores levam a uma lealdade dupla da filha em relação a sua mãe. Assim, o desenvolvimento da menina passa necessariamente pela identificação renovada com a mãe, o que significa que a cada progresso há a ameaça de um retrocesso.

Pensando em questões tais como: será que a menina faz a passagem da mãe, como objeto principal, para o pai? Ou será que ela acrescenta a uma relação objetal homossexual existente uma relação heterossexual? Assim, a teoria do psicanalítica clássica do desenvolvimento feminino supõe que o primeiro caso seja verdadeira, de dedicou-se a entender o processo de identificação, individuação e separação no desenvolvimento feminino.

O mito de Electra

O mito de Electra tem sido utilizado para decifrar os enigmas da feminilidade por vários autores clássicos e modernos da psicanálise. Electra representa a problemática do desenvolvimento feminino mal sucedido, frequentemente marcado por ciúmes, masoquismo, dramatização, rejeição da feminilidade e sexualidade freada. Assim, Electra traduz o conflito entre mãe e filha, repleto de fantasias de morte, suicídio e ódio, que leva ao sadismo e ao masoquismo. No mito, Electra planeja matar sua mãe motivada pela raiva e a dor que a falta de amor da mãe para com ela resulta. O pai de Electra apresentava provas de seu egoísmo, crueldade e infidelidade, e torna-se difícil entender por que ela manteve uma idealização tão intensa desse homem impiedoso.

Electra tornou-se uma mulher infeliz e só, obcecada pelo rancor em relação a sua mãe e a Aegisthus, seu padrasto. Ela era cronicamente enraivecida, profundamente frustrada e sofria amargamente com seu destino incontestavelmente triste.

O que é o complexo de Electra?

O complexo de Electra é a etapa de desenvolvimento psicossexual envolvendo as meninas. De acordo com Jung, as meninas passam a se sentirem atraídas pela figura do pai em detrimento da figura materna. Assim como a relação dos meninos rivaliza com a dos pais, as garotas também encontram alguém para disputar atenção paterna. Segundo o autor, a relação com os pais é influenciada por seu desenvolvimento sexual. À medida que o crescimento psicológico das meninas evoluía, a atração pelo pai crescia junto. Como este nutre uma relação amorosa com a mãe, a garota passa a enxergá-la com uma rival.

Esse processo tem início por volta dos três anos de idade e pode durar até os seis anos. A partir daí o processo de fixação e enlace se dissolve naturalmente, a garota desapega do pai e tenta reatar sua ligação com a mãe. Esta é o seu referencial de feminilidade e a criança tenta se conectar de forma a construir sua própria identidade.

A diferença entre os mitos de Electra e Édipo

Os mitos de Édipo e de Electra são diferentes em suas essências, embora ambos tratem da rivalidade com o genitor do mesmo sexo e do amor pelo genitor do sexo oposto. Electra planeja durante muitos anos o assassinato da sua mãe, que executará sorrateiramente. Édipo, por outro lado, mata um estranho em um cruzamento de Delfos, em um ataque de raiva irracional. Electra alimentará um rancor pelo resto de sua vida em relação à sua mãe pelo fato de que esta, junto com o amante, matou seu pai, e a amante deste. Após anos de espera, Electra consegue executar sua vingança com a ajuda do irmão, matando a mãe.

A bissexualidade da mulher

Electra evidencia seu desejo de ser e possuir ambos os sexos. Seu complexo de masculinidade evidencia-se de considerar o padrasto uma mulher e alegar que ela própria é mais homem do que ele, algo que sugere um enamoramento silencioso com sua mãe e o ciúme em relação ao padrasto. A intensa negação do vínculo amoroso para com a mãe indica, de certo modo, a repressão de seu oposto. Considerando a acusação de negligência dirigida contra a mãe, lidamos nesse caso com um desejo intenso de amor materno e anseio pelo paraíso perdido, ou seja, o vínculo homossexual do início de sua vida.

Masoquismo feminino

Quando a menina continua frequentemente ligada ao primeiro objeto com sentimentos mistos, pode passar a relação ambivalente com a mãe para sua própria filha. As meninas não conseguem expressar com facilidade seus afetos hostis em relação à mãe, de quem elas sempre precisarão. Tendem a ter explosões silenciosas de raiva e fantasias assassinas secretas, tendendo a reprimir sua agressão e preferivelmente dirigi-la a si mesmas mais do que a um outro, originando o masoquismo feminino.

Essa combinação de amor e ódio pelo mesmo genitor na menina pode levá-la a sentir-se frequentemente ameaçada pela figura materna internalizada, porque teme vingança de sua parte. Ela ouve sua mãe dizer que ela não é boa ou que ela causa tristeza. Sua voz interna a persegue, e não raro a mulher, mesmo na maturidade, segue temendo a opinião da mãe. Por isso o masoquismo nas mulheres está muito mais ligado à mãe internalizada, e a seus conflitos consequentes, do que ao pai.

Efeitos do complexo de Electra não resolvido

Problemas emocionais como masoquismo, vaginismo, frigidez, medo de fusão e depressão pós-parto estão intimamente ligados com a imagem materna internalizada da mulher e afetam significativamente a sua saúde mental e biopsicossocial. A transmissão, através das gerações, de doença ou de saúde transcorre com maior facilidade pela linhagem feminina, o que pode representar tanto uma vantagem como também uma desvantagem.

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Referências:

HALBERSTADT-FREUD, H. Electra versus Édipo. Psyche. 2006;10(17).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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