Conhece os tipos de apego? Veja como eles impactam suas relações hoje!

19/10/2021 às 17:30 Dicas

Conhece os tipos de apego? Veja como eles impactam suas relações hoje!

A saúde mental perpassa diversos campos da vida humana, e nas relações não é diferente. Nosso estilo de relacionamento hoje pode ser sinal dos primeiros vínculos que formamos. Você conhece a teoria do apego? Então dá uma olhada!

O que é teoria do apego?

Bowlby, um psicanalista inglês e teórico das relações objetais, descreveu a importância das primeiras relações para o desenvolvimento, formulando, desse modo, a teoria do apego, quando descreve as relações do bebê com sua mãe ou cuidador desde o nascimento até os seis anos de idade. O autor traz

Bowlby chama atenção para o fato de que, até a década de 50, predominava uma concepção de que a formação e manutenção dos vínculos sustentavam-se na necessidade de satisfazer certosimpulsos, como a alimentação na infância e o sexo na vida adulta. Bowlby também observou uma propensão inata dos bebês para o contato com um ser humano, o que implica na necessidade de um objeto independente do alimento, tão primária quanto a necessidade de alimento e conforto biopsicossocial.

O que é apego?

Apego é um tipo de vínculo no qual o senso de segurança de alguém está estreitamente ligado à figura de apego. No relacionamento com a figura de apego, a segurança e o conforto experimentados na sua presença permitem que seja usado como uma “base segura”, a partir da qual poderá se explorar o resto do mundo. O apego-cuidado é um tipo de vínculo social baseado no relacionamento complementar entre pais e filhos, tem sua própria motivação interna, distinta da alimentação e do sexo, e de importância para a sobrevivência.

O apego é também um estado interno, cuja existência pode ser observada através dos comportamentos de apego, os quais possibilitam ao indivíduo conseguir e manter a proximidade em relação a uma figura de apego, ou seja, um indivíduo claramente. Assim, o apego é o vínculo da criança com a mãe ou seu cuidador primário e tem uma função biológica específica, sendo produto da atividade dos sistemas comportamentais que têm a proximidade com a mãe como resultado esperado. Portanto, ao longo do desenvolvimento, a criança passa a revelar um comportamento de apego que é facilmente observado e que evidencia a formação de uma relação afetiva com as principais figuras deste ambiente.

Quais são os comportamentos de apego?

Sorrir, fazer contato visual, chamar, tocar, agarrar-se, chorar, ir atrás são alguns desses comportamentos. Uma diferença importante entre “apego” e “comportamento de apego” é que se o comportamento de apego pode, em circunstâncias diferentes, ser mostrado a uma variedade de indivíduos, um apego duradouro ou laço de apego é restrito a muito poucos.

O sistema comportamental

O sistema comportamental é um sistema básico de comportamento, enraizado biologicamente e característico da espécie. O sistema subjacente ao comportamento de apego é tão fundamental como parte do equipamento de muitas espécies quanto os sistemas subjacentes ao comportamento reprodutivo, o comportamento parental, o comportamento de alimentação, o comportamento exploratório, e ele não deriva de nenhum destes. Como outros sistemas básicos, o de apego é supostamente pertencente a um processo de seleção natural, pois oferece uma vantagem em termos de sobrevivência, pelas chances de proteção obtidas pela proximidade das figuras de apego. Os sistemas comportamentais incluem não somente manifestações externas, mas também uma organização interna, a qual presume-se que tenha raízes nos processos neurofisiológicos. Essa organização interna é objeto de mudança desenvolvimental, não apenas sob orientação genética, mas também pelas influências do ambiente.

Modelo funcional

Assim, o modelo funcional do self é um elemento-chave para a noção de quão aceitável ou inaceitável a criança é, aos olhos das suas figuras de apego. Além disso, a interpretação e avaliação que fazemos de cada situação, a partir de nossos modelos funcionais, determina aquilo que sentimos.

As primeiras relações

O autor deixa clara a importância das primeiras relações de um bebê com sua mãe para o desenvolvimento. Nas primeiras semanas, não há dúvida de que um bebê é dependente de sua mãe para que possa sobreviver, mas não está ainda apegado a ela. De acordo com as idéias de Winnicott, a dependência é máxima no nascimento e tende a diminuir ao longo da vida, apesar de seguir sempre de alguma forma presente. Na teoria de Bowlby, o apego está ausente no nascimento e começa, com os meses, a adquirir força.

Existem evidências de que, num contexto familiar, a maioria dos bebês de cerca de três meses de idade já responde à mãe de um modo diferente em comparação com outras pessoas.

Estilos de apego

Bowlby formulou quatro estilos de apego: seguro, preocupado-ansioso, desapegado-evitativo e assustado-evitativo. O estilo de apego em adultos corresponde ao estilo de apego em crianças, por isso é tão importante entender como se deu a formulação dos primeiros vínculos para entender as relações que se formam posteriormente na adultidade. Veja abaixo cada estilo com detalhes:

  1. Apego seguro: este estilo de apego usualmente resulta de um histórico de interações íntimas e receptivas com parceiros. Pessoas com apego seguro tendem a ter opiniões positivas sobre si mesmas e sobre seus parceiros. Elas tendem também a ter opiniões positivas sobre seus relacionamentos. Muitas vezes elas relatam maior satisfação e harmonia em seus relacionamentos que pessoas com outros estilos de apego. Pessoas seguramente apegadas sentem-se confortáveis tanto com a intimidade quanto com a independência. Muitos buscam um equilíbrio entre ambos em seus relacionamentos.
  2. Apego inseguro: pessoas com este estilo de apego buscam por altos níveis de intimidade, aprovação, e receptividade de seus parceiros. Elas, muitas vezes, valorizam a intimidade a tal ponto que se tornam excessivamente dependentes de seus parceiros, uma condição coloquialmente denominada de clinginess. Comparadas às pessoas com apego seguro, pessoas com este estilo tendem a ter opiniões menos positivas sobre si mesmas. Elas, frequentemente, duvidam de seu valor como parceiras e culpam-se pela falta de receptividade de seus parceiros. Pessoas ansiosamente apegadas podem exibir altos níveis de expressividade emocional, preocupação, e impulsividade em seus relacionamentos.
  3. Apego desapegado-evitativo: pessoas com este estilo de relacionamento desejam um alto nível de independência. O desejo de independência, frequentemente, aparece como uma tentativa de evitar completamente o apego. Eles veem a si mesmos como auto-suficientes e invulneráveis a sentimentos associados com estarem intimamente ligados uns aos outros. Eles muitas vezes negam necessitar de relações íntimas. Alguns podem até mesmo ver as relações íntimas como relativamente sem importância. Não surpreendentemente, eles buscam menos intimidade com seus parceiros, a quem muitas vezes eles veem menos positivamente do que eles veem a si mesmos. Pesquisadores geralmente notam o caráter defensivo deste estilo de apego. Pessoas com o estilo de apego desapegado-evitativo tendem a reprimir e esconder seus sentimentos, e a lidar com a rejeição distanciando-se das fontes deste sentimento.
  4. Apego assustado-evitativo: pessoas com este estilo de apego têm sentimentos mistos sobre relacionamentos íntimos. Por um lado, elas desejam ter relações emocionalmente íntimas. Por outro lado, elas tendem a se sentir desconfortáveis com a intimidade emocional. Estes sentimentos mistos são combinados com, às vezes inconscientemente, opiniões negativas sobre si mesmas e seus parceiros. Elas geralmente veem a si mesmas como indignas da receptividade de seus parceiros, e não confiam nas intenções deles. Da mesma forma que o estilo de apego desapegado-evitativo, as pessoas com o estilo assustado-evitativo buscam menor intimidade com seus parceiros e frequentemente reprimem e negam seus sentimentos. Em vez disso, elas ficam muito menos confortáveis ao expressar afeto inicialmente. Muitas vezes elas se sentem compelidas a deixar a pessoa a quem amam profundamente, porque algo dentro delas "não parece certo", embora elas possam dar outras desculpas para seu comportamento, por causa de sua necessidade de racionalizar.

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Referências:

RAMIRES, V.R.R. & SCHNEIDER, M.S. Revisitando alguns conceitos da Teoria do Apego: comportamento versus representação? Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2012;26(1).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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