O que é psicologia hospitalar?

09/10/2021 às 21:55 Dicas

O que é psicologia hospitalar?

Você sabia que a psicologia atua nos mais diversos contextos além da prática clínica? A psicologia hospitalar é um exemplo da aplicação da psicologia em outros campos da saúde. Você conhece essa abordagem? Então vem dar uma olhada!

O que é psicologia hospitalar?

A psicologia hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento, ou seja, não trata apenas das doenças com causas psíquicas, classicamente denominadas “psicossomáticas”, mas também dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença, já que todas as doenças encontram-se repletas de subjetividade e podem, assim, se beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar.

É uma abordagem que vem se desenvolvendo a partir de um paradigma que busca uma visão mais ampla do ser humano e as articulações entre as diferentes formas de conhecimento que podem propiciar bem estar biopsicossocial. Alguns autores apontam que a psicologia hospitalar tem sua origem e é uma das muitas aplicações da psicologia da saúde.

Funções do psicólogo hospitalar

O psicólogo especialista em psicologia hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. Utiliza tais técnicas visando a melhora da assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar ao tempo específico da hospitalização. O objetivo fundamental é o restabelecimento do estado de saúde do doente, ou pelo menos o controle dos sintomas que prejudicam seu bem estar.

Atuações do psicólogo no hospital

Além das funções descritas acima, é possível, ainda, que o psicólogo hospitalar desenvolva as seguintes tarefas básicas:

  1. função de coordenação: relativa às atividades com os funcionários do hospital;
  2. função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do processo de adaptação e recuperação do paciente internado;
  3. função de interconsulta: atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem com o paciente;
  4. função de enlace: intervenção, através do delineamento e execução de programas junto com outros profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes;
  5. função assistencial direta: atua diretamente com o paciente, e
  6. função de gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos profissionais da organização.

Reconhecimento da psicologia hospitalar

A psicologia hospitalar foi reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia por meio da Resolução nº 014/2000, na qual apresentam-se instruções para o psicólogo obter o registro. Profissionais que já atuavam nesta área puderam solicitar o registro de especialista ou após a conclusão de cursos de especialização credenciados ao Conselho.

A resolução destaca que o psicólogo hospitalar desenvolve diferentes tipos de intervenção, atende pacientes que se encontram em ambientes distintos (como a unidade de terapia intensiva, enfermarias, ambulatórios e outros) e aponta que os procedimentos utilizados precisam priorizar a relação paciente, família e equipe de saúde por meio do contato interdisciplinar com os profissionais para compartilhar informações úteis para o direcionamento de estratégias.

O atendimento no hospital

Em primeiro nível, a psicologia hospitalar busca a identificação dos pensamentos e sentimentos do indivíduo hospitalizado para, em seguida, iniciar o tratamento por meio de técnicas psicológicas. É preciso compreender as alterações emocionais vivenciadas pelos pacientes hospitalizados diante de uma situação de luto proveniente do surgimento da doença, assim será possível acompanhar o indivíduo no processo de elaboração dessa experiência por meio da exploração das verbalizações de maneira que o manejo da resistência e da transferência sejam fundamentais.

Também é preciso focar na tríade paciente, acompanhante, equipe de saúde, construindo um vínculo terapêutico entre ambos, mostrando-se disponível para escutar as queixas e demandas, e identificando uma forma colaborativa de lidar com as situações que causam sofrimento.

Locais de atendimento

O atendimento hospitalar pode ser realizado em locais distintos, como unidades de internação e ambulatórios, necessitando-se considerar as características de cada local, verificando o contexto adequado para o atendimento, o número de sessões, os horários e o período destinado ao acompanhamento. Alguns autores afirmam que planejar a avaliação e intervenção efetiva diminuem o tempo de hospitalização do paciente, por considerar que a identificação de distúrbios psicológicos na fase inicial facilita direcionar condutas evitando a evolução dos sintomas.

Formação especializada

Os núcleos para uma formação especializada em psicologia hospitalar começaram a difundir-se nas regiões sul e sudeste do país, surgindo uma grande demanda de graduandos e profissionais com interesse nessa área. A década de 1990 trouxe o reconhecimento do psicólogo na instituição de saúde como de importância fundamental para a integração na equipe multiprofissional ou interdisciplinar, no que diz respeito aos benefícios ao atendimento ao paciente hospitalizado.

Contudo, é um desafio para o profissional da psicologia adentrar em um contexto onde se predomina o olhar biomédico, onde há limites institucionais regidos por regras, condutas e normas, além disso, o trabalho do psicólogo é muitas vezes deficiente no contexto hospitalar, pois a ausência de estrutura física impossibilita o espaço de cuidado do psicólogo.

Assim, se faz necessário ampliar o conhecimento e o incentivo à formação de novos profissionais com mentalidade integrada, multidisciplinar e interdisciplinar para adentrar às demandas da saúde biopsicossocial dos pacientes e no alívio de sintomas que acompanham o adoecer, tais como a ansiedade, o estresse e a depressão.

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Referências:

AZEVÊDO, A.V.S. & CREPALDI, M.A. A psicologia no hospital geral: aspectos históricos, conceituais e práticos. Estud. psicol. 2016;33(04).

CASTRO, E.K. Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar. Psicol. cienc. e prof. 2004;24(3).

MOSIMANN, L.T.N.Q. & LUSTOSA, M.A. A psicologia hospitalar e o hospital. Rev. SBPH. 2011;14(1).

SANTOS, L.J. & VIEIRA, M.J. Atuação do psicólogo nos hospitais e nas maternidades do estado de Sergipe. Ciência e Saúde Coletiva. 2012;17(5).


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Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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