Setembro amarelo: entenda a prevenção ao suicídio

14/10/2021 às 16:27 Dicas

Setembro amarelo: entenda a prevenção ao suicídio

Uma tentativa de educação da população e ampliação da prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo é um movimento que tem ganhado cada vez maior visibilidade. Você conhece esse movimento? Então dá uma olhada!

O que é o movimento setembro amarelo?

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio criado no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com a proposta de associar à cor amarela ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, 10 de setembro.

Objetivo do setembro amarelo

A ideia do movimento é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas possibilidades, para dar visibilidade biopsicossocial à causa. Dessa forma, ao longo dos últimos anos, várias instituições como escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram nesse movimento que atualmente está em todas as partes do Brasil. Para ter uma ideia, a campanha envolve tornar o símbolo da prevenção do suicídio visível em monumentos importantes, tais como o Cristo Redentor, o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaraty, estádios de futebol de times como Santos, Flamengo e Vitória, entre outros.

O suicídio

Segundo alguns autores, a palavra suicídio foi criada em 1737 por Desfontaines com origem no idioma latim: sui (si mesmo) e caderes (ação de matar), apontando uma necessidade de buscar a morte como refúgio para o sofrimento que se torna insuportável, ou seja, não é um ato de coragem e nem de covardia, mas sim de desespero. O suicídio é uma ação voluntária e intencional de cessar com a própria vida, que parte do ponto de vista de que a morte significa o fim de tudo.

Anatomia do suicídio

Segundo o autor sociólogo Émile Durkheim classifica o suicídio conforme o funcionamento social em três tipos:

  1. Anômico: nesse tipo, a anarquia social está presente, não existem regras ou coesão social, as instituições como governo, família e sociedade estão desreguladas, desajustadas e corrompidas, ou seja, não há motivo para o sujeito agir de forma ética, nem mesmo consigo próprio. Este tipo de suicídio poderia ocorrer em crises financeiras, por exemplo, onde certos indivíduos ficam em situação inferior àquela ocupada anteriormente.
  2. Egoísta: prevalência do ego individual ao social, onde o sujeito estaria muito empenhado em realizar desejos materiais, a individualização é extrema e as relações entre o sujeito e a sociedade são superficiais, provocando a falta de sentido no viver e melancolia.
  3. Altruísta: prevalência do social, quando os interesses da maioria fossem dominantes diante do interesse individual, a exemplo dos pilotos japoneses kamikazes.

Concretização do suicídio

A concretização do suicídio pode se dar de diversas formas, tais como meios letais (uso de armas brancas e de fogo), enforcamento (uma prática comum em homens) ou a ingestão de fármacos ou de substâncias letais (mais comum entre as mulheres). Também pode se dar por meio de formas disfarçadas de atentar contra a própria vida, como o uso abusivo de álcool e drogas, a prática de esportes ou atividades de lazer que coloquem a vida em risco, a falta de cuidados com a própria saúde ou ainda uma vida sexual promíscua.

Números do suicídio

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 420 mil pessoas morreram vítimas de guerra, enquanto 850 mil pessoas foram vítimas de autoextermínio, configurando-se como um problema mundial de saúde pública, constituindo uma das dez maiores causas de morte em todos os países, e uma das três maiores causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Ainda segundo o informativo da OMS, 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, perdendo apenas para os atos de violência. Além disso, há uma estreita relação entre suicídio e distúrbios mentais, como a depressão e o alcoolismo, momentos de crise financeira, relacional e de saúde e experiências associadas a abusos, violências, desastres, experiências de grupos vulneráveis que sofrem discriminação e enfrentamento de conflitos ajudam a aumentar essa triste estatística.

Sem contar com o número de suicídios registrados de maneira diferente nos prontuários dos hospitais, como homicídio ou acidente, em razao da omissão social com relação ao suicídio.

Principais fatores de risco para o suicídio

Os principais fatores de risco que predispõem ao suicídio são: tentativa prévia de suicídio (muitas pessoas que se suicidam fizeram outras tentativas anteriormente), a presença de uma doença mental (especialmente quando não há avaliação médica, diagnóstico e tratamento adequado), além de impulsividade, desesperança e desespero, idade e gênero, presença de doenças clínicas, e histórico familiar e genético. As tentativas de suicídio são maiores em homens, adolescentes, adultos jovens e idosos estão mais predispostos, além da presença de eventos adversos na infância e na adolescência tais como abuso, maus tratos, divórcio dos pais, abuso de substâncias, incerteza quanto à orientação sexual, sentimento de desesperança, falta de apoio social, suicídio de figuras proeminentes (“famosas”) ou casos que ocorreram na escola ou em sua comunidade.

O que podemos fazer para prevenir o suicídio?

Há um consenso de que a primeira medida preventiva do suicídio é a educação, ou seja, é preciso perder o medo para falar a respeito do assunto. Muitas pessoas têm receio de falar sobre suicídio quando suspeitam que alguém próximo está pensando sobre isso, pois têm medo de que falar incentive o ato, um mito ainda acreditado por muitos. Antes de se suicidar, muitas vezes as pessoas falam que vão se matar, tentam antes e dão inúmeras demonstrações.

A ajuda pode vir de diversas fontes e por isso é importante que a maioria das pessoas estejam preparadas para apoiar a pessoa em vulnerabilidade a buscar ajuda, seja de um profissional da saúde mental ou de instituições preparadas para acolher a pessoa em situação vulnerável. O Centro de Valorização da Vida tem um serviço gratuito, voluntário, que funciona 24 horas por dia, no Brasil inteiro, para acolher a pessoa pensando em suicidar-se. Para conversar com um voluntário, basta ligar para o telefone 188. Caso você saiba de alguém que está com dificuldades para buscar ajuda, seja a ponte que a pessoa precisa!

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Referências:

ARAÚJO, L.M.S. et al. Setembro amarelo como estratégia de prevenção de suicídio em adolescentes: um relato de experiência. Rev. Saúde Multidisciplinar. 2020;1.

Centro de Valorização da Vida. Setembro Amarelo: o CVV e o movimento pela prevenção do suicídio. Disponível em: https://www.setembroamarelo.org.br/

PENSO, M.A. & SENA, D.P.A. A desesperança do jovem e o suicídio como solução. Soc. estado. 2020;35(1).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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