Tabagismo: entenda por que fumamos

27/07/2021 às 20:01 Dicas

Tabagismo: entenda por que fumamos

Somente há pouco tempo passamos a deixar de ver o hábito de fumar como um símbolo de status e independência, para ver a realidade das consequências do tabagismo. Por quê será que as pessoas fumam? Dá uma olhada!

O tabaco

Durante alguns séculos, o tabaco foi difundido como uma substância dotada de potencialidades medicinais, capaz de curar doenças, tais como reumatismo, doenças do fígado e intestino e até mesmo bronquite.

Com o passar do tempo, o fumo foi conquistando cada vez mais espaço, saindo das fazendas de tabaco para os âmbitos sociais. Ao longo do tempo o tabaco foi visto como uma representação social positiva, que reforça o vício, um sinônimo de liberdade, elegância e sucesso. Por meio da modernização dos meios de comunicação, a propaganda tornou-se mais intensa e com maior acesso a toda a população.

Após constatar que a fumaça do cigarro é composta por mais de 4 mil propriedades químicas tóxicas, dentre as quais se encontra a nicotina (substância responsável pela dependência), o tabagismo passou a ser considerado doença segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), nomeada de Transtorno mental e de comportamento decorrente do uso de tabaco ou síndrome da dependência.

O que é tabagismo?

O tabagismo é considerado a dependência biopsicossocial da ingestão de nicotina e outras substâncias no tabaco. A síndrome de dependência, como também pode ser chamado, é considerado um processo complexo que envolve fatores relacionados à farmacologia, personalidade, comportamento e aspectos sociais e culturais.

O tabagismo decorre de um conjunto de fenômenos comportamentais, fisiológicos e cognitivos atrelados a um desejo incessante de consumir a droga novamente, mesmo sabendo de suas consequências ao bem estar das pessoas do seu convívio, bem como à própria saúde.

O tabagismo corresponde hoje a aproximadamente 5 milhões de mortes anuais, sendo 0 a 45% de todas as mortes por câncer, 90% das mortes de câncer de pulmão, 75% das mortes por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 35% das mortes por doenças cardiovasculares, além das aposentadorias precoces, e outros motivos de afastamento do trabalho, o que acarreta um impacto econômico, ou seja, uma perda global de aproximadamente 2 bilhões de dólares por ano.

Dependência psicológica

O hábito de fumar pode ser considerado uma forma de obter segurança e evidência de auto-afirmação, fatores essenciais à existência das pessoas. Assim, principalmente jovens vítimas da indústria tabágica começam a fumar como forma de rebeldia, visando ter independência ou até mesmo por reprodução, com o intuito de inclusão no grupo.

Tabagismo passivo

Fumo passivo ou tabagismo passivo é definido pela inalação de fumaça de substâncias derivadas do tabaco, por indivíduos que não fumam, através da dispersão homogênea pelo ar, levando os fumantes a inalar a mesma concentração de substâncias tóxicas. Cerca de 29 a cada 1.000 mortes podem ser atribuídas à exposição à fumaça do tabaco.

O tabaco expõe o fumante e todos aqueles que convivem com ele, não só no que diz respeito à saúde, mas com relação ao modelo de comportamento idealizado, sendo que a presença de fumantes em casa aumenta a probabilidade do tabagismo entre jovens.

O risco de desenvolver câncer é 30% maior em indivíduos expostos à poluição tabagística ambiental, e é causa estabelecida também para outras doenças do coração e respiratórias, asmas e infecções respiratórias em crianças e adultos.

Pesquisas recentes revelam que cerca de sete brasileiros morrem por dia por doenças provocadas pela exposição passiva ao tabaco, sendo a terceira causa de morte evitável do mundo.

Consequências do tabagismo

Os avanços da ciência reconheceram o tabagismo como o causador de uma série de doenças muitas vezes fatais como o câncer. Tal reconhecimento proporcionou a mudança de como vemos o tabagismo, que passou a ser visto não como símbolo de independência e elegância, para ser tratado como doença.

O tabagismo é o principal agente desencadeador de câncer de pulmão, boca e faringe, laringe, esôfago, bexiga, pâncreas e fígado. Além disso, pesquisas indicam que fumantes adoecem cerca de 3,5 vezes mais do que não-fumantes.

As principais doenças causadas pelo tabagismo são aquelas relacionadas com o sistema respiratório e cardiovascular, tais como doenças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares, arteriosclerose e doenças vasculares periféricas.

Embora os fumantes possam descrever efeitos prazerosos vindos do hábito de fumar, o preço pode sair caro. A maioria dos fumantes associa algum comportamento ao ato de fumar, se condicionando a realizar a atividade e logo acender um cigarro, são os chamados “gatilhos” que se apresentam como uma grande dificuldade nas tentativas de cessar o fumo.

Dependência e consequências biopsicossociais

O tabagismo vai além da dependência física provocada pela nicotina, mas afeta a vida do indivíduo de forma biopsicossocial, principalmente no que tange ao seu bem estar e qualidade de vida. Estudos relatam que a presença de transtornos mentais pode dificultar a adesão ao tratamento para cessação do fumo. Além disso, o surgimento de doenças é apontado como importante desencadeador do hábito de fumar, além do estresse diário e de problemas variados.

Tabagismo e depressão

Algumas pesquisas revelam que o tabagismo auxilia na automedicação (não recomendada) de sintomas depressivos e relacionados ao humor, já que o consumo afeta os sistemas cerebrais neuroquímicos associados à regulação do humor. Existem evidências de que o tabaco e a depressão influenciam-se mutuamente. Muitas vezes a ocorrência da depressão em fumantes é percebida quando procuram tratamento para deixar o vício.

Dessa forma, como o tabaco age em sistemas regulatórios do humor no cérebro, pode sinalizar a tentativa de auto-regulação do indivíduo que, mesmo percebendo em si os efeitos nocivos, continua com o hábito.

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Referências:

MOREIRA-SANTOS, T.M. et al. Sofrimento psicológico relacionado à cessação do tabagismo em pacientes com infarto agudo do miocárdio. J Bras Pneumol. 2016;42(1).

RONDINA, R.C. et al. Características psicológicas associadas ao comportamento de fumar tabaco. J bras. pneumol. 2007;33(5).

SEABRA, C.R. et al. O tabagismo em uma perspectiva biopsicossocial: panorama atual e intervenções interdisciplinares. CES Revista. 2011;25.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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