Terapia de família

28/08/2021 às 21:06 Dicas

Terapia de família

A psicoterapia se inclinou para entender os diversos anseios e potências do ser humano, não apenas a nível individual, mas também de grupo, corporativo e familiar. Você conhece a terapia de família? Então dá uma olhada!

Por que tratar a família?

A importância de tratar a família está no simples fato de que o que acontece com um membro da família afeta a saúde mental e biopsicossocial dos outros. Da mesma forma, o que ocorre com a família afeta o indivíduo, necessitando ampliar o autoconhecimento e a qualidade de vida.

A família pode ser considerada um sistema vivo, semi-aberto, que se desenvolve e se transforma com o tempo, não nasce e não morre, surge de famílias às quais dá continuidade e se transforma em novas famílias. Para entender este processo é necessário levar em conta pelo menos três gerações, que se influenciam mutuamente, e participam da definição das regras de relacionamento que se modificam segundo o estágio do ciclo vital e as crises situacionais enfrentadas.

Níveis de intervenção familiar

A terapia familiar é uma intervenção sistêmica para trabalhar problemas de saúde, onde são necessários conhecimentos que permitam abordar o conjunto da família como contexto-problema e recurso terapêutico. A intervenção pode ocorrer em cinco níveis de envolvimento clínico com as famílias, sendo eles:

  1. Ocorre a ênfase mínima nos assuntos familiares, em que existe apenas o contato necessário por razões práticas ou de natureza médico-legal.
  2. Colaboração com a família para trocar informações ou aconselhar, que não requer um conhecimento especial sobre o desenvolvimento especial sobre o desenvolvimento familiar ou sobre fatores estressores. O profissional se coloca disponível para obter a colaboração da família, informar as opções de tratamento e ouvir suas angústias e preocupações.
  3. Abordagem de apoio atendendo às necessidades da família. O profissional precisa ter conhecimentos sobre o desenvolvimento familiar e as formas como as famílias reagem a situações de estresse.
  4. Abordagem sistêmica da família com avaliação sistemática e planejamento de intervenção, que implica conhecimentos sobre sistemas familiares e preparo para convocar e coordenar uma reunião de família, encorajando-a a externar seus sentimentos.
  5. Terapia familiar, a qual exige do profissional preparo para o tratamento sistemático de famílias com padrões disfuncionais de interação.

A família com ótimo funcionamento

A família é mais do que a soma de seus membros. É um sistema vivo com leis próprias de funcionamento, que configuram uma estrutura contendo a flexibilidade para mudar com o passar do tempo e a homeostase, ou seja, a garantia da estabilidade de seu funcionamento ao longo do ciclo vital. Pesquisas indicam que nas famílias com bom funcionamento, há um equilíbrio entre esses dois processos, ou seja, todos os membros podem se desenvolver de acordo com as suas necessidades. São ainda características de famílias com ótimo funcionamento:

  • igualdade de poder entre os cônjuges
  • ampla expressão de idéias e afetos
  • incentivo à autonomia pessoal com respeito
  • às necessidades do outro
  • percepção e respeito pela interdependência
  • entre os membros da família
  • história familiar compartilhada
  • capacidade de usar adequadamente o humor
  • envolvimento com grupos e movimentos sociais

O ciclo vital da família

A família passa pelos seguintes ciclos vitais: individuação do adulto, casamento, nascimento do primeiro filho, família com filhos pequenos, família com filhos adolescentes e o chamado “ninho vazio” ou família da maturidade. As mudanças que ocorrem ao longo do ciclo vital das famílias orientam o tratamento. A família com filhos pequenos é muito diferente da família com filhos adolescentes, e, na família urbana atual, quando os filhos crescem e saem de casa, o casal volta à situação original. Em nossa sociedade, a família nuclear surge do casamento ou da união estável de dois adultos jovens, idealmente já independentes e diferenciados de suas famílias de origem, que se escolhem livremente após um período de namoro.

A busca de tratamento

A procura de atendimento costuma ocorrer por meio de um membro da família, que se diz necessitado de tratamento ou que busca ajuda para um familiar identificado como problemático pelo grupo. A organização do primeiro encontro terapêutico dependerá da avaliação inicial da situação. A primeira conversa telefônica freqüentemente já contém um componente terapêutico, de alívio da ansiedade. Quando o paciente identificado é uma criança, é de praxe convidar todos os que moram na casa, mas se o paciente identificado é um jovem adulto, pode ser mais aconselhável iniciar o processo vendo-o só.

O encontro terapêutico

No primeiro encontro, deve-se procurar estabelecer um clima de confiança e intimidade que permita às pessoas envolvidas revelar suas preocupações e mostrar suas formas peculiares de interagir. Frequentemente, aquilo que era considerado um problema individual passa a ser percebido como algo que está influenciando a todos e que é influência de todos. Os segredos dificilmente surgem em uma primeira consulta, e é bom que assim seja, até que o terapeuta possa construir em conjunto com a família a melhor forma de abordá-los.

O objetivo da primeira consulta é estabelecer uma boa relação e fazer uma hipótese diagnóstica do problema que, uma vez compartilhada com a família, permite combinar um plano terapêutico. Segredos como adoção, maus-tratos e casos extraconjugais podem exigir entrevistas diagnósticas individuais concomitantes. Pode ser também necessário, já no início, o encaminhamento para avaliação por outros especialistas (psiquiatra ou psicólogo, conforme a formação do terapeuta, ou ainda assistente social, pediatra ou internista, neurologista, fonoaudiólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, etc.). O tratamento psicofarmacológico pode ser feito pelo próprio terapeuta, se este for psiquiatra; entretanto, em algumas situações pode ser interessante encaminhar a um colega.

Diagnóstico da estrutura e da dinâmica familiar

Em geral, durante a primeira entrevista já é possível conhecer o paciente e sua família o

suficiente para poder estabelecer uma hipótese diagnóstica. O diagnóstico é um processo dinâmico que precisa ser refeito ao longo do tratamento à medida que a família e os indivíduos vão mudando. Muitas vezes uma família ou pessoa em grave crise situacional aparenta ter uma patologia muito mais grave do que a que se evidencia após a crise estar resolvida. É importante evitar os rótulos definitivos (que muitas vezes acompanham as pessoas ao longo da vida e podem diminuir as oportunidades que lhes são oferecidas).

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Referências:

CORDIOLI, A.V. e colabs. Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª edição. Editora Artmed. 2008.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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